AMOR PELA EDUCAÇÃO

Quem sou eu

Minha foto
sou professora .psicopedagoga .casada tenho dois filhos lindos e sou apaixonada pela educação.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Reprovar é solução?

Reprovar não é solução

Poucos assuntos despertam tantas paixões na área da Educação como a progressão continuada, que ficou conhecida simplesmente como aprovação automática, graças, em parte, à implantação deficiente do sistema. Agora o tema volta ao centro do debate, pois o Ministério da Educação recomendam que escolas de todo o país, públicas e privadas, não reprovem mais os alunos dos três primeiros anos do ensino fundamental. Vale a pena olhar para a polêmica da forma mais racional e equilibrada possível.

Os três primeiros anos do ensino fundamental abrigam basicamente crianças de seis, sete e oito anos, e o objetivoprincipal desse período escolar é a alfabetização. No Brasil, em 2008, mais de um milhão de crianças nessas três séries foram reprovadas, segundo o Censo de Educação Básica.

Não consigo enxergar que benefício a reprovação pode trazer para crianças de tão pouca idade, que só começam a compreender o significado e o funcionamento da escola. Ao mesmo tempo, as estatísticas comprovam que a reprovação, em especial em idade precoce, contribui decisivamente para a evasão escolar. Tanto a criança como sua família acabam vendo na reprovação sinal deinadequação para o aprendizado.

É terrível encontrar alunos no quarto ano do ensino fundamental, por exemplo, que não sabem ler e escrever. Mas a realidade não seria mais cor-de-rosa se essa criança, de nove ou dez anos, estivesse retida no segundo ano. E pior seria se ela estivesse fora da escola.

Para muita gente, a reprovação é sinal de rigor e, portanto, de mais qualidade no ensino. Não é rigor, entretanto, que geralmente falta no processo de aprendizagem da maioria dessas crianças: é dedicação, pedagogia adequada, infraestrutura, alimentação, interesse da família etc. E se rigor é o obstáculo a ser superado pelo esforço, é preciso lembrar que a maioria dessas crianças já tem de vencer uma barreira maior: a do descaso.

É claro que não basta permitir que o aluno passe de ano, simplesmente empurrando o problema com a caneta. Esses estudantes precisam de atenção especial, o que, infelizmente, acontece pouco. O fato, porém, de o sistema de progressão continuada ser implantado de forma precária não invalida sua discussão, muito menos a vantagem que traz, principalmente no combate à evasão.

Com o passar dos anos, e ainda mais com a aproximação daadolescência, a possibilidade de reprovação apresenta ao aluno a necessidade da disciplina, do esforço e do mérito. Não acho que a progressão continuada sirva ao ensino médio, por exemplo. Mas punir com a reprovação crianças tão pequenas parece perversidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário